da Silva

O DEVIDO COMO GARANTIDOR DA EXCELÊNCIA: ANÁLISES A PARTIR DO LIVRO V DA ETHICA NICOMACHEA

Felipe Alves da Silva

 

Resumo

O presente trabalho tem por finalidade analisar, a partir do livro V da obra Ethica Nicomachea, se a justiça poderia ser tomada como um meio que irá auxiliar os cidadãos a desenvolver plenamente as suas virtudes. Buscar-se-á fundamentar que é através da justiça que os bons cidadãos seriam formados, bem como o bom caráter seria cultivado. Analisar-se-á, também, ainda que minimamente, o que Aristóteles entende de fato por justiça, de que o justo seria dar a cada um o que lhe é devido, o que merece, haja vista que essa afirmação traz consigo um peso muito grande, pois nos faz indagar sobre o que seria o devido de cada indivíduo, bem como quais seriam as bases relevantes do mérito. Isto é, se o justo é dar a cada um o que lhe é devido, cabe a nós nos perguntarmos de que forma e critério seria usado na distribuição. De certa forma, ao raciocinarmos sobre justiça e direitos, consequentemente temos de raciocinar sobre a finalidade, o objetivo, o telos das atividades que circundam a vida social na Pólis. Buscar-se-á discutir sobre os temas apresentados, porém não se tem por finalidade propor medidas para pôr um fim na discussão.

Palavras-chave

Aristóteles; Ética; Justiça; Devido; Distribuição.

Referências

ANGIONI, Lucas. As relações entre “fins” e “meios” e a relevância moral da Phronesis na ética de Aristóteles. Revista Filosófica de Coimbra. Vol. 18, Nº 35 (2009).

____________. Phronesis e virtude do caráter em Aristóteles: comentários a Ética a Nicômaco VI. Dissertatio, v. 34, p. 303–345, 2011b.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril S/A Cultural e Industrial, 1973.

____________. Política. Trad. Antônio Campelo Amaral e Carlos Gomes. Universidade Católica Portuguesa: Vega, 1998. (Col. Vega Universidade/Ciências Sociais e Políticas – Edição Bilíngue).

AUBENQUE, P. A prudência em Aristóteles. Tradução de Marisa Lopes. – São Paulo: Discurso Editorial, 2003. 352p.

BEEVER, Allan. (2004). Aristotle on equity, law, and justice. Legal Theory, 10, pp 33-50. doi: 10.1017/S1352325204000163.

CHROUST, Anton-Hermann; OSBORN, David L. Aristotle’s Concepcion of Justice. 17 Notre Dame L. Rev. 129 (1942). Disponível em: http://scholarship.law.nd.edu/ndlr/vol17/iss2/2. Acesso em: 03 Fev 2016.

DOTTORI, Ricardo. The Concept of Phronesis by Aristotle and the Beginning of Hermeneutic Philosophy. Ethics&Polities, XI, 2009, 1, p. 301-310. Disponível em: http://www2.units.it/etica/2009_1/DOTTORI.pdf. Acesso em: 12 Jan 2016.

KORSGAARD, Christine M. 2008. Aristotle’s function argument. In The Constitution of Agency, 129-150. Oxford: Oxford University Press.

KELSEN, H. What is Justice? Justice, Law, and Politics in the Mirror of Science: Collected Essays. University of California Press. Berkeley, Los Angeles, London: 1975.

MARTINS, Antônio M. A doutrina da Eudaimonia em Aristóteles: da urgência de uma reconsideração da compreensão Aristotélica da ética. HVMANITAS – Vol. XLVI (1994).

SANDEL, M. J. Justiça – O que é fazer a coisa certa. Tradução 6ª ed. de Heloisa Matias e Maria Alice Máximo. – 6ª Edição – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.

ZINGANO, M. Estudos de ética antiga. 2. ed. – São Paulo: Discurso Editorial: Paulus, 2009.