Interpretações do totalitarismo: Hannah Arendt e Friedrich-Brzezinski
Resumo
O presente artigo tem como objetivo apresentar e discutir duas diferentes leituras do fenômeno totalitário: a interpretação de Hannah Arendt, exposta na obra The Origins of Totalitarianism, de 1951, e a interpretação elaborada por Carl J. Friedrich e Zbigniew K. Brzezinski, na obra Totalitarian Dictatorship and Autocracy, de 1956. Embora as duas leituras apresentem pontos de contato, principalmente por considerarem o totalitarismo uma novidade em termos políticos, mostraremos que elas diferem, sobretudo em relação à descrição da finalidade desses movimentos de dominação política.
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Referências
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